"Para 2026, as perspetivas da ACIP [Associação do Comércio da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares] são cautelosamente otimistas. A estabilidade nos mercados internacionais de farinhas, energia e logística cria condições favoráveis para um ano sem grandes oscilações", disse a presidente da direção da associação, Deborah Barbosa, em resposta à Lusa.

No entanto, a ACIP antecipa "um ligeiro aumento" do preço do pão e dos produtos de pastelaria, motivado pelos impactos das revisões laborais e dos aumentos de preços dos ovos, frutos secos e cartão.

Esta situação poderá ainda ser agravada pelo impacto da eventual retirada dos apoios estatais aos combustíveis, alertou.

De acordo com dados da Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, enviados à Lusa, a 1 de janeiro de 2025, meia dúzia de ovos custava 1,61 euros, mas a 19 de novembro, a mesma caixa já estava a 2,12 euros, o que representa um aumento de 31,68%.

O preço dos ovos tem-se mantido estável desde 22 de outubro, quando atingiu um pico de 2,12 euros. O preço mais baixo foi atingido no início do ano (1,61 euros) e manteve-se assim até ao dia 29 do mesmo mês.

De acordo com a ACIP, o sector deve apostar na "consolidação, eficiência produtiva e reforço da diferenciação", factores que a ACIP considera essenciais para a obtenção de margens sustentáveis e para a satisfação das expectativas dos clientes.

Deborah Barbosa afirmou ainda que os dados preliminares para o corrente ano mostram um alinhamento dos preços de confeitaria e panificação com a inflação, após anos de forte volatilidade de custos e baixo consumo.

"O sector está a apresentar uma evolução moderada, com um crescimento contido mas positivo, suportado pela normalização dos preços das matérias-primas e por um comportamento mais previsível dos consumidores. Apesar de ainda existirem muitas pressões ao nível da mão de obra e dos serviços essenciais, 2025 revela um ambiente de maior equilíbrio operacional", afirmou.