Quando o ar fica muito mais frio, é normal que suas mãos e pés fiquem frios, mas se ficarem frios constantemente, pode ser um sinal de algo mais sério.

Conversamos com o Dr. Sam Firoozi, cardiologista intervencionista consultor da The Harley Street Clinic da HCA Healthcare UK, que explicou por que nossas mãos e pés são particularmente vulneráveis ao frio e descreveu os principais sinais de alerta que podem indicar que é hora de consultar um médico.

O que acontece com nossas mãos e pés durante o tempo frio?

“A circulação sanguínea nas mãos e nos pés é regulada pelo sistema nervoso autônomo, que é um sistema nervoso involuntário que todos nós temos”, explica Firoozi. “Seu trabalho é abrir as artérias (vasodilatação) para estimular mais fluxo sanguíneo em climas mais quentes. Por outro lado, no clima mais frio, esse sistema contrai os pequenos vasos sanguíneos nas periferias [como nossas mãos e pés] para restringir o fluxo sanguíneo (vasoconstrição) até as bordas, a fim de manter o calor e manter a temperatura corporal

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Quais condições médicas podem causar extremidades incomumente frias?

Condições como o fenômeno de Raynaud envolvem uma resposta exagerada do sistema nervoso autônomo.

“O fenômeno de Raynaud é uma situação em que essa constrição em resposta a ambientes frios é muito exagerada”, diz Firoozi. “Não só a circulação é mais pobre, mas em alguns casos a circulação pode ser completamente interrompida, causando descoloração branca ou azul nas pontas dos dedos, o que pode ser muito doloroso.”

Há também outras condições associadas a isso.

“As condições tipicamente associadas à síndrome de Raynaud incluem esclerodermia, artrite reumatoide e LES [lúpus eritematoso sistêmico], que é uma condição autoimune”, diz Firoozi.

Além disso, os pacientes também podem experimentar o fenômeno de Raynaud como resultado de uma lesão no membro.

“Pacientes com lesões nervosas nos braços podem experimentar respostas autonômicas muito bizarras, que na verdade podem variar de uma vasoconstrição completa, seguida de vasodilatação extrema”, diz Firoozi. “Isso pode fazer com que os membros fiquem azuis e brancos e depois se tornem rosados brilhantes, e pode ser muito doloroso.”

Além disso, certos medicamentos também podem desencadear a síndrome de Raynaud.

“Os betabloqueadores, um tipo de medicamento cardíaco, têm sido associados ao Raynaud porque bloqueiam esse receptor simpático”, explica o cardiologista.

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Sobre quais sinais de alerta você deve consultar um médico?

“Em climas muito frios, todos nós temos experiências de dormência nas pontas dos dedos, mas se você sentir uma descoloração extrema que leva muito tempo para ser corrigida, eu procuraria orientação médica”, aconselha Firoozi. “Para a maioria de nós, tudo volta ao normal após um ou dois minutos, mas em pacientes com Raynaud pode levar muito tempo.

“Se você tiver uma descoloração permanente ou uma alteração na aparência das pontas dos dedos ou das unhas, isso não é normal.”

A dor também é uma bandeira vermelha.

“Inicialmente, pode parecer uma dor ardente, associada à dormência, e depois pode ser uma dor latejante muito dolorosa”, diz Firoozi.

O cardiologista também incentiva o paciente a acompanhar quaisquer alterações.

“Pode ser muito útil tirar fotos de qualquer alteração com seu smartphone”, recomenda Firoozi. “Se for um novo padrão de anormalidade, isso deve ser discutido com seu médico.”

Quais medidas as pessoas podem tomar para aumentar a circulação e se manter aquecidas durante os meses de inverno?

“Mantenha as mãos aquecidas nas luvas ou nos bolsos”, aconselha Firoozi. “Também existem géis que você pode aquecer no microondas e depois segurar no bolso. Além disso, você também pode adquirir luvas especiais com aquecedores

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Enquanto isso, pacientes com Raynaud às vezes recebem medicamentos prescritos, especialmente se os sintomas forem graves.

“Alguns pacientes podem precisar de medicamentos que possam realmente abrir artérias nas periferias, como bloqueadores de cálcio”, diz Firoozi.

A cirurgia também é uma opção em casos extremos.

“As pessoas podem fazer uma operação em que o nervo simpático que abastece as periferias é deliberadamente destruído cirurgicamente ou ressecado para evitar que o fenômeno de Raynaud aconteça”, diz Firoozi.