Embora o número de mortos não possa ser comparado com o de 2017, a área ardida em todo o país é agora a maior da União Europeia (UE).
Até 19 de agosto, havia quatro grandes incêndios a preocupar as autoridades do país, mobilizando milhares de bombeiros e outros meios para as zonas, sobretudo no centro e norte de Portugal, onde o fogo lavra nas florestas.
Em 19 de agosto, havia 2361 bombeiros a tentar mitigar os incêndios em Arganil (Coimbra), Sabugal (Guarda), Mirandela (Bragança) e Montalegre (Vila Real).
O incêndio de Arganil já se propagou ao distrito de Castelo Branco, afectando, sobretudo, o concelho do Fundão.
Causas dos incêndios
A maioria dos incêndios ocorridos este ano em Portugal são suspeitos de terem sido provocados por incendiários, e a polícia portuguesa tem vindo a desenvolver grandes esforços para deter os suspeitos de incendiarem as florestas. No dia 19 de agosto, a Polícia Judiciária(PJ) deteve um homem de 39 anos na Serra de Todo o Mundo, entre o Cadaval e as Caldas da Rainha, por ter ateado oito incêndios diferentes em seis dias. O mesmo aconteceu em Mêda, no distrito da Guarda, exatamente pelos mesmos motivos. Um homem de 74 anos incendiou a zona e foi agora detido.
Em 2025, a PJ deteve 54 incendiários, enquanto a GNR deteve 41. Atualmente, há mais incendiários detidos, quando comparado com 2024. À SIC Notícias, Carlos Farinha, diretor nacional adjunto da PJ, afirmou que o tempo de prisão deveria ser aumentado, uma vez que a maioria dos detidos, em 2025, já foi apanhada no passado pelos mesmos crimes.
O Governo
O Governo português tem sido criticado pela forma como está a lidar com os incêndios. As populações e os autarcas das localidades afectadas acusam as autoridades de falta de organização.
A situação não melhorou quando foram publicadas, oficialmente, fotografias e filmagens de Luís Montenegro durante as suas férias e a presença dos ministros numa festa do PSD, o partido do primeiro-ministro. A ministra da Administração Interna também foi criticada pela falta de organização e já foi pedida, pelos partidos da oposição, a sua demissão do cargo.
Área ardida
Segundo o Expresso, em 2025, arderam 2,35% do território português, o que faz de Portugal o país com maior percentagem de área ardida da União Europeia. No total, arderam 216.214 hectares de floresta em Portugal.
Os especialistas, segundo o Expresso, referem que as caraterísticas naturais de Portugal, com a presença de várias serras, aliaram-se às várias ignições e às temperaturas quentes para criar o pior cenário possível.
Atualmente, o incêndio de Trancoso, que se juntou ao de Sátão, já está a ser considerado um dos piores incêndios de sempre em Portugal.
Desde 19 de agosto, há registo da morte de um bombeiro que perdeu a vida durante um acidente de viação quando se deslocava para o Fundão, onde também está a decorrer um incêndio.
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