De acordo com dados consultados pela Lusa, o número de pessoas que não têm especialista em medicina geral e familiar tem aumentado constantemente desde janeiro, passando de 1.564.203 no início do ano para 1.644.809 no final de maio, ou seja, mais 80.606 nesses cinco meses.

Há cerca de um ano, em maio de 2024, 1.602.577 pessoas estavam sem médico de família, 42.232 a menos do que hoje.

Na última década, o menor número de pessoas nessa situação foi registrado em setembro de 2019, com 641.228 usuários, cerca de um milhão a menos do que aqueles que estavam sem médico de família em maio deste ano.

Por outro lado, maio de 2023 foi o mês em que a maioria dos usuários foi registrada sem um especialista em atenção primária à saúde, com 1.757.747 pessoas.

Na quarta-feira, a ministra da Saúde afirmou que todos os dias, há mais cidadãos com médico de família, mas admitiu que há regiões que estão “menos protegidas” e que todos os dias entram novos utentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Todos os dias temos mais cidadãos com médicos de família. Vou repetir: cada dia temos mais cidadãos com médicos de família e portugueses, e os cidadãos sabem disso”, declarou Ana Paula Martins, à margem da cerimónia do bicentenário da Faculdade de Medicina da Universidade do

Porto.

No concurso que ocorreu recentemente, dos 389 médicos de família que concluíram recentemente a sua formação na especialidade de medicina geral e familiar, apenas 231 escolheram uma das 585 vagas disponíveis para colocação nas unidades de saúde locais (ULS).

Havia 585 vagas, 412 inscrições foram enviadas, mas apenas 231 foram preenchidas; ou seja, cerca de 60% do total de vagas disponíveis no concurso permaneceram por preencher, de acordo com dados da Administração Central do Sistema Único de Saúde (ACSS).

Os dados da ACSS indicam ainda que em duas ULS, nenhuma das vagas foi preenchida, como o Alto Alentejo, onde as 12 vagas colocadas a concurso ficaram por preencher, e o Estuário do Tejo, que teve 37 vagas que ficaram por preencher.