As mangueiras tinham sido fornecidas como parte do programa “Condomínio de Aldeias”, mas a comunidade havia avisado na época que os adaptadores seriam necessários para conectá-las aos hidrantes de Cabanões, explicou à Lusa o morador Armando Francisco, de 64 anos.
“Eram mangueiras modernas e nos disseram que os adaptadores seriam fornecidos. Eles nunca chegaram e talvez pudéssemos ter economizado muito mais”, disse ele.
Cinco horas antes do início do incêndio, em 14 de agosto, em Candal, chegar a Cabanões, Armando Francisco entrou em contato com os bombeiros para denunciar a falta de adaptadores. No entanto, ele foi informado de que não era responsabilidade deles.
No dia seguinte, meia dúzia de moradores que permaneceram para defender a vila foram forçados a depender do abastecimento de água da cidade até que ele acabasse, usando apenas os meios limitados disponíveis.
“Esses 200 metros de mangueiras eram inúteis. Poderia ter sido diferente; poderíamos ter regado todos os telhados durante o período mais perigoso”, disse Francisco, observando que os bombeiros só chegaram à vila no final da noite, quando as chamas já haviam cercado a área na hora do almoço.
Ele criticou o conselho: “O município implementou o programa, gastou o dinheiro e ele falhou quando deveria funcionar”. Seu filho, José Francisco, viu uma casa que ele estava reconstruindo destruída pelo incêndio.
José Francisco também destacou que, sob a iniciativa do Condomínio de Aldeias, havia planos para limpar a vegetação ao redor de Cabanões. Parte da vegetação rasteira foi removida, mas nenhuma árvore foi cortada dentro do perímetro de 100 metros ao redor da vila.
Fonte oficial da Câmara da Lousã disse à Lusa que a autarquia está a investigar os eventos ocorridos em Cabanões.