O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, minimizou a participação na greve geral, que está impactando vários setores, do transporte à saúde. O governo considera, no entanto, que o nível de participação é “insignificante”, ao contrário do que dizem os sindicatos, de acordo com um relatório do NM

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“Isso parece mais uma greve parcial da Função Pública. O país está funcionando. A participação na greve é insignificante”, disse o ministro da Presidência, em conferência de imprensa de avaliação da greve em Lisboa. “A esmagadora maioria do país está trabalhando”, concluiu.

“Respeitamos aqueles que estão em greve, mas notamos que o país optou por trabalhar”, acrescentou Leitão Amaro, enfatizando também que “se algumas pessoas não conseguiram trabalhar, foi por causa das interrupções no transporte”.

Leitão Amaro também usou dados de pagamento para minimizar a participação na greve: “As transações na SIBS, que demonstram se o país está mantendo atividade financeira comercial, estão atualmente em queda de 7% em comparação com o período normal”.

Além disso, Leitão Amaro disse que “o tráfego nas pontes do sul para Lisboa, sendo Lisboa uma das áreas mais afetadas, caiu 5%”, o que ele vê “como um impacto insignificante”.

O ministro da Presidência também garantiu que o Executivo está “sempre aberto ao diálogo”, o que “produz resultados”.

3 milhões em greve

Por sua vez, a CGTP tem uma perspectiva diferente sobre a participação na greve e estima que mais de três milhões de pessoas aderiram à greve geral nesta quinta-feira, 11 de dezembro, anunciou o secretário-geral da confederação sindical, logo após o Governo minimizar a

participação.

“A greve geral que está sendo realizada hoje é uma das maiores de todos os tempos, se não a maior de todos os tempos”, disse Tiago Oliveira em uma conferência de imprensa resumindo a greve, onde revelou uma participação superior a três milhões de trabalhadores.

Na opinião do líder sindical, essa é uma “força inequívoca que exige salários mais altos e mais direitos”.

“Hoje temos uma greve enorme, enorme, enorme”, concluiu.

A greve geral de 11 de dezembro foi convocada pelos sindicatos CGTP e UGT contra a proposta de revisão do Código do Trabalho e será a primeira greve conjunta dos dois sindicatos desde junho de 2013, quando Portugal estava sob a intervenção da 'troika'.