Conhecido por "Os Lusíadas", o autor faz parte da história portuguesa, tendo um dia que lhe é dedicado, 10 de junho.

Embora a data do seu nascimento seja ainda desconhecida, prevê-se que tenha nascido entre 1524 e 1525, em Lisboa. Luís de Camões está ligado à literatura portuguesa por ter perpetuado a História de Portugal de forma tão poética.

Os Lusíadas

Luís Vaz de Camões é o mais importante escritor do Renascimento português, tendo escrito a História de Portugal de uma forma que mais ninguém fez. Através de rimas e de um sistema métrico particular, Os Lusíadas é um dos livros portugueses mais bem escritos.

Escrito como uma Ode, Os Lusíadas descreve os acontecimentos da História de Portugal até à descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama. Tipicamente, como nos livros da época, a evocação da mitologia grega e romana é habitual, mas até Luís Vaz de Camões conseguiu fazê-lo de forma portuguesa. Apesar de evocar os deuses romenos, o autor criou criaturas da mitologia portuguesa, como as Tágides, as ninfas do Tejo, que o inspiraram a escrever o livro.

Algumas destas figuras mitológicas ficaram tão ligadas à história portuguesa que as pessoas reconheceram o Adamastor como algo por que passaram todos os navegadores, no Cabo da Boa Esperança.

Ensinado nas escolas, Os Lusíadas é um daqueles livros que os alunos ou odeiam ou adoram. Com tantas mensagens escondidas, os versos podem ser um pouco complicados de entender, com todas as metáforas e palavras escritas em português antigo.

A obra de Luís Vaz de Camões é muitas vezes comparada a outros escritores como Dante, Petrarca e Shakespeare. Combinando tragédia e grandiosidade, Os Lusíadas foi traduzido em 20 línguas diferentes, incluindo chinês e até russo. Traduzir um livro como Os Lusíadas pode ser uma tarefa muito complicada, devido a todo o sistema métrico e de rimas.

O autor conseguiu ter versos decassilábicos ottava rima num esquema de rimas AB AB CC, em estrofes de oito versos. No total, são 1102 estrofes e 8816 versos. Depois de descrever alguns acontecimentos da História de Portugal, Luís Vaz de Camões partilhava também a sua opinião, mantendo sempre o esquema de sílabas e rimas.

Um dos momentos mais marcantes d'Os Lusíadas é a história de Pedro e Inês. Pedro era um príncipe, futuro rei, que se apaixonou por uma donzela, para além de ser casado com uma princesa. Inês de Castro foi assassinada pelo rei, e Pedro vingou-se por isso. Todos estes factos são reais, mas Luís de Camões escreveu-os poeticamente, sendo que alguns dos versos ainda se perpetuam na cultura portuguesa quando se fala da história de amor.

"Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer".

"O amor é um fogo que arde sem se ver,

Uma ferida que dói mas não se sente

Um contentamento sempre descontente,

Uma dor que se enfurece sem doer."

Tradução de Richard Zenith

A obra foi dedicada a D. Sebastião, um rei português que desapareceu após um combate em África. O seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas esperam ver o rei num dia de nevoeiro, como sugere a lenda, pela hora.

Créditos: Imagem fornecida; Autor: Portugal Decodificado;

Algumas lendas dizem que Luís Vaz de Camões, em algum momento de sua vida, enquanto manuseava os manuscritos de Os Lusíadas, caiu de um barco em alto mar. As lendas da época dizem que ele nadou, apenas com uma mão, para salvar os manuscritos que continham as peças literárias mais importantes da História de Portugal.

Outras obras de Camões

Para além de ser conhecido pelo seu trabalho com Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões é um importante autor da literatura portuguesa, tendo escrito diversos tipos de poesia e peças teatrais.

Com poemas que exploram temas como o amor, a saudade, a natureza e a vida, Camões é também conhecido pelos Sonetos. Também escreveu canções chamadas "cantigas" nessa altura, seguindo sempre determinados esquemas de rima, como n'Os Lusíadas.

Luís Vaz de Camões também escreveu peças de teatro, como El-Rei Saluco, que exploram a religião e outras questões morais. Filodemo é também uma célebre comédia do autor, representada segundo métodos do teatro medieval. Anfitriões é também uma comédia do autor.

A sua morte

Luís Vaz de Camões morreu a 10 de junho de 1580, atualmente feriado em Portugal. Não se sabe onde estão os seus restos mortais, pois desapareceram após o terramoto de 1755 em Lisboa. Atualmente, existe uma homenagem ao autor no Panteão Nacional, embora o seu corpo não esteja aí sepultado.