Estes são alguns dos objectivos traçados por fonte do gabinete do primeiro-ministro para as visitas oficiais de Luís Montenegro, na próxima semana, à China, onde se reunirá com o Presidente Xi Jinping e visitará a Região Administrativa Especial(RAE) de Macau, e ao Japão, com paragens em Tóquio e na Expo Osaka.
A visita do Primeiro-Ministro ao Japão e à exposição de Osaka estava prevista para maio, mas a demissão do Governo - na sequência da crise política que envolveu a empresa da sua família, Spinumviv - e as eleições antecipadas que se seguiram adiaram a viagem. O mesmo motivo levou ao cancelamento das celebrações de 10 de junho em Macau com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que acabaram por se realizar em Munique e Estugarda, na Alemanha.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, já estava prevista uma visita à China no segundo semestre, pelo que as duas foram combinadas por "razões logísticas", com uma duração total de cinco dias. A mesma fonte sublinhou que não havia "sensibilidade política" com esta opção.
No Japão, o objetivo principal é aumentar o investimento daquele país em Portugal e tentar diversificar para além da indústria automóvel. Está em estudo uma parceria no sector espacial entre o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos) e uma empresa japonesa.
Para o efeito, o ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, vai realizar "uma série de reuniões com investidores japoneses" e Luís Montenegro vai reunir-se na Federação Empresarial do Japão com cerca de uma dezena de empresas "que têm um interesse concreto" em Portugal, explicou a mesma fonte.
Por outro lado, Portugal quer "elevar o nível da sua relação político-diplomática com o Japão" para uma parceria estratégica, o que implicará mais mecanismos de relacionamento bilateral e maior intercâmbio cultural.
China
Relativamente à China, fonte do gabinete do primeiro-ministro disse que a visita de Luís Montenegro se insere na "tradição diplomática" portuguesa, já que todos os chefes de Estado e vários primeiros-ministros visitaram este país, a "segunda maior economia do mundo" e membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Entre os pontos altos da visita, destacam-se os encontros "ao mais alto nível" do primeiro-ministro com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, com quem Montenegro deverá discutir "o contexto internacional", e com o seu homólogo, Li Qiang, numa reunião em que deverá ser discutida a guerra na Ucrânia.
Do ponto de vista económico, o objetivo da visita à China é melhorar a balança comercial entre os dois países, que está "fortemente desequilibrada" a favor de Pequim, e deverão ser assinados alguns memorandos de entendimento no sector agroalimentar.
"Portugal vai transmitir à China que acredita num sistema comercial baseado em regras", sublinhou a mesma fonte.
A visita do primeiro-ministro português à China terá lugar na semana seguinte ao encontro, em Pequim, dos líderes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, numa parada militar que assinala o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
A breve visita de Luís Montenegro a Macau, território administrado por Portugal até 1999, é enquadrada como um sinal à China de que o país continua a valorizar a presença portuguesa na região, nomeadamente ao nível da língua e da cultura, e que "são as singularidades" da RAEM que fazem dela "uma história de sucesso".








