De acordo com o Barômetro do Governo Local, é nos municípios não urbanos, onde geralmente se presume que há maior proximidade com o governo local, que há, de fato, maior conhecimento: 72% conhecem o partido no poder executivo municipal, enquanto nos municípios urbanos, apenas 61% conseguem identificar o nome.

Em relação à identificação do prefeito, 60% conseguem identificar o nome em municípios não urbanos e 57% em municípios urbanos, de acordo com um relatório do ECO.

O relatório indica que áreas fora dos grandes centros urbanos estão mais satisfeitas com o governo local, resultante de “ações municipais mais tangíveis e de uma experiência diária mais dependente dos serviços municipais”, afirmam os autores.

Por região, as regiões Oeste e Vale do Tejo e a região Centro são as regiões com maior satisfação, enquanto as regiões do Algarve e da Grande Lisboa têm os sentimentos mais negativos. No meio estão a Península de Setúbal, o Norte e o Alentejo

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Na pesquisa, metade dos residentes portugueses com mais de 18 anos disseram ter uma imagem muito positiva do governo local, enquanto 34% a consideram positiva. Apenas 17% consideram que as ações dos prefeitos estão abaixo da média

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“A alfabetização institucional é essencial para uma democracia informada e participativa”, aponta o estudo, classificando o conhecimento dos cidadãos sobre as agências governamentais em diferentes níveis: em uma escala de cinco, as CCDR, as áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais são classificadas como as duas piores por mais de 40% dos entrevistados.

Em outras palavras, pouco mais da metade tem algum conhecimento da competência e do funcionamento dessas instituições. Por outro lado, o governo nacional é aquele cujo papel é melhor compreendido

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Entre essas capacidades, 80% dos cidadãos acreditam que o governo local deveria ter “mais” ou “muito mais” intervenção na saúde e na habitação, duas áreas sob pressão significativa no país. Outra questão sob os holofotes, particularmente na Grande Lisboa, tem sido a segurança e, neste caso, 80% dos entrevistados em municípios urbanos querem uma prefeitura com maior influência do que a atual, em comparação com 70% em municípios não urbanos. Essa demanda por intervenção excede a de áreas como transporte e mobilidade, educação e clima, por exemplo.

Em geral, os maiores de 55 anos apreciam mais o trabalho realizado pelos representantes locais, o que ajuda a explicar a análise da educação, com a imagem mais positiva sendo testemunhada por aqueles com apenas o ensino fundamental.

Quando questionados sobre as responsabilidades das prefeituras, 73% sabem que as prefeituras são responsáveis pela contratação de assistentes escolares e 58% podem dizer que as prefeituras não são responsáveis pela prestação de serviços nos postos de saúde. A responsabilidade pela cobrança do imposto predial (IMI) levanta poucas dúvidas, pois 76% sabem que o governo local é responsável por definir o valor. No entanto, 62% acreditam erroneamente que as prefeituras são responsáveis pela manutenção de todas as estradas do município, com esse erro ocorrendo com mais frequência nos

municípios urbanos.

O Local Power Barometer, uma pesquisa conduzida por Filipe Teles e Nuno Cruz, é baseada em 1.070 entrevistas realizadas entre 3 de fevereiro e 3 de abril com residentes de língua portuguesa de Portugal continental, com 18 anos ou mais. A margem de erro é de 3%, para um nível de confiança de 95%.