"Nunca em nenhuma reunião de câmara ou em nenhuma outra reunião nos chegou qualquer informação, nem nunca ninguém nos deu qualquer informação sobre qualquer problema com o elevador da Glória. Se há algum conhecimento, ou alguém tinha esse conhecimento, precisamos de saber onde é que esse conhecimento estava, porque nunca chegou", afirmou Carlos Moedas (PSD) na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.

O autarca do PSD respondia à deputada municipal do PCP Natacha Amaro, que questionou a forma como a administração da Carris lidou com os alertas feitos por trabalhadores da Carris sobre "sinais de anomalias" no funcionamento do elevador da Glória.

Carlos Moedas afirmou que a Câmara Municipal não tinha qualquer informação a este respeito porque não tinha chegado, "nem através dos vereadores, nem através das pessoas que estiveram na reunião de Câmara, nem aqui na Assembleia Municipal, nem através do vice-presidente nas várias reuniões que teve com muitos dos trabalhadores".

Natacha Amaro procurou ainda saber se os protocolos de manutenção e inspeção do elevador da Glória estão "ajustados à significativa alteração da procura e dos padrões de utilização", resultante do crescimento do turismo em Lisboa, sobretudo nas últimas duas décadas.

Em resposta, Carlos Moedas afirmou que "os números não mostram" um aumento de passageiros devido ao turismo, pelo que "não é verdade", indicando que, em 2019, houve 972 mil utilizadores e, em 2024, 872 mil, "ou seja, menos 100 mil".

"Não houve aumento ou aumento de carga que aumentou todos os anos porque havia cada vez mais turistas. Isso não é verdade. Os números não dizem isso".

O autarca sublinhou a importante missão de perceber o que se passou no acidente do elevador da Glória, permitindo que a investigação independente avance, mas também de defender os trabalhadores da Carris, cuja "marca da empresa tem sido a segurança".

Carlos Moedas disse ainda que o município está a trabalhar para recuperar o elevador da Glória e operá-lo com um novo mecanismo tecnológico de segurança.